domingo, 20 de julho de 2008

A pedra mais alta fundida em Cores

O mundo azul revela suas cores ruins
Enquanto abrimos espaço para libertinagem
No alto da pedra mais alta
Amarelo e vermelho se combinam

Aqui debaixo
O verde se mistura com o preto
Criam um paralelo
De viagens ao infinito

Mas quando o olhar pára
Sente o calor da mistura alaranjada
Olha para pedra
E vê seus olhos escorrerem cristais

Ele vê os filhos da pedra
Vê seus olhos chorando com cor
E cada um, cria sua impotência
Sente que nada pode fazer

O sol desce, a lua nasce
E os filhos,
Os filhos se embebedam no verde
Rindo do mundo colorido que ali se criara

A chama cresce
A pedra chora
E a lua...
Observa de longe, a absurda loucura dos homens
Todos, filhos da pedra.

Yuri Rabelo

terça-feira, 15 de julho de 2008

Acorda Maria! Levanta Manoel!

Depois de algum tempo sem olhar meu reflexo num espelho ou numa prataria qualquer, volto a partida de onde comecei. O que sinto ao cruzar novamente esse ponto é a mesma sensação de estar me afogando num deserto azul de águas calmas.
E como não tenho paciência, já me transporto para um mundo coberto de cores e sentimentos. Não quero morrer afogado.
Não quero olhar para esse reflexo e ver como o tempo tem mudado as coisas. Quero ainda acreditar em meu mundo de irresponsabilidades e libertinagens.
Quando acalmo, olho para o rodapé no chão, vejo que está bem limpo e sinto o perfume da organização.
Numa ofegada de preocupação misturada com medo, percebo um ponto preto no meio do círculo verde, é um pequeno ponto majestoso que está a me dizer alguma coisa. continuo piamente a olhar a imagem refletida, olho fixamente para a auréola verde com o ponto preto.
Nesse momento, toda história, todos os sorrisos, todos os amores e todas as lágrimas retornam à minha cabeça.
Minha camisa de malha e meu cabelo sujo trazem indícios do pretérito mais que perfeito, das conjugações e das concordâncias da noite anterior.
Toda oração criou uma linda sinfonia fonética.
Mais um dia regado à nostalgia e libertinagem, e com um leve toque de estímulos naturais...


Yuri Rabelo

sábado, 5 de julho de 2008

A saga noturna de um coração que grita alto

Há um risco de poeira no chão
Entre pés e laços
O mundo gira sem sentido

Como faz falta um abraço no final do expediente
E um beijo no começo da semana

Ao meu anjo
Ofereço meu silêncio
Minhas noites calmas de sono tranqüilo
O meu abraço apertado de despedida

Irei dormir entre aconchegos
Dos travesseiros e do meu lençol
Hoje ninguém olha por mim
E tampouco irá me abraçar

Yuri Rabelo