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Quando menos espero a felicidade volta a me abraçar
Sinto a alegria crescente em mim
Que não consigo parar de sorrir
Na imensidão azul mergulhei
O meu verde se perdeu
Somente o brilho restou, o brilho de um novo amor.
E o verão chegou
Talvez antes do momento certo
Mas no exato momento necessário
Essa nova circunstância que nos liga nesse festejo
A festa da carne ou vulgarmente o “carnaval”
Estou à beira de um colapso
Ou à beira da loucura
E me divirto
Rio com os meus nesse momento fútil de pervesão
O juízo me pediu benção
E eu aprovei, pois nada melhor que a melhor sanidade
Abençoando resquîcio de libertinagem.
Yuri Rabelo
Hoje o dia nasceu mais claro
O verde irradia meus movimentos
Sinto- me cheio novamente...
Aquela felicidade, a felicidade e alegria que me preenchia
Vazava por todos meus poros e escapava em minhas palavras
Voltei a escrever
Talvez não sobre sentimentos
Mas talvez sobre sensações
A sensação de estar vivo novamente
Sentir o mundo e rodopiar em um abraço apertado
A sensação mambembe
A sensação boemia
A sensação de acordar todos os dias sorrindo para a felicidade...
Yuri Rabelo
O mundo azul revela suas cores ruins
Enquanto abrimos espaço para libertinagem
No alto da pedra mais alta
Amarelo e vermelho se combinam
Aqui debaixo
O verde se mistura com o preto
Criam um paralelo
De viagens ao infinito
Mas quando o olhar pára
Sente o calor da mistura alaranjada
Olha para pedra
E vê seus olhos escorrerem cristais
Ele vê os filhos da pedra
Vê seus olhos chorando com cor
E cada um, cria sua impotência
Sente que nada pode fazer
O sol desce, a lua nasce
E os filhos,
Os filhos se embebedam no verde
Rindo do mundo colorido que ali se criara
A chama cresce
A pedra chora
E a lua...
Observa de longe, a absurda loucura dos homens
Todos, filhos da pedra.
Yuri Rabelo
Depois de algum tempo sem olhar meu reflexo num espelho ou numa prataria qualquer, volto a partida de onde comecei. O que sinto ao cruzar novamente esse ponto é a mesma sensação de estar me afogando num deserto azul de águas calmas.
E como não tenho paciência, já me transporto para um mundo coberto de cores e sentimentos. Não quero morrer afogado.
Não quero olhar para esse reflexo e ver como o tempo tem mudado as coisas. Quero ainda acreditar em meu mundo de irresponsabilidades e libertinagens.
Quando acalmo, olho para o rodapé no chão, vejo que está bem limpo e sinto o perfume da organização.
Numa ofegada de preocupação misturada com medo, percebo um ponto preto no meio do círculo verde, é um pequeno ponto majestoso que está a me dizer alguma coisa. continuo piamente a olhar a imagem refletida, olho fixamente para a auréola verde com o ponto preto.
Nesse momento, toda história, todos os sorrisos, todos os amores e todas as lágrimas retornam à minha cabeça.
Minha camisa de malha e meu cabelo sujo trazem indícios do pretérito mais que perfeito, das conjugações e das concordâncias da noite anterior.
Toda oração criou uma linda sinfonia fonética.
Mais um dia regado à nostalgia e libertinagem, e com um leve toque de estímulos naturais...
Yuri Rabelo
Há um risco de poeira no chão
Entre pés e laços
O mundo gira sem sentido
Como faz falta um abraço no final do expediente
E um beijo no começo da semana
Ao meu anjo
Ofereço meu silêncio
Minhas noites calmas de sono tranqüilo
O meu abraço apertado de despedida
Irei dormir entre aconchegos
Dos travesseiros e do meu lençol
Hoje ninguém olha por mim
E tampouco irá me abraçar
Yuri Rabelo
Hoje é dia de Maria
A Maria que nunca veio
Que ficou atrás da porta esperando a noite chegar
Enchi-me de poesia
Vi rostos, caras e bocas
Vi Maria assunta no céu
Hoje é dia de qualquer coisa
É dia de mar, sol e ventania
E samba também
É dia de todos nós santos
Nossos santos
Nossos heróis, e meus heróis
Que dia...
Hoje é dia beijo, de sexo e perversão
De bebida, drogas e tudo de baum
Hoje é meu dia
E pode ser o seu dia...
Também
Yuri Rabelo