quarta-feira, 27 de junho de 2007

Tríade

Perdida nas luzes claras, ora escuras. Trazia consigo toda luxúria cabível em um ser humano. Explodia pecado, fome, desejo e sedução.
Em seu vestido roxo, Alice apareceu. Movimentos ficam paralisados diante da figura que ela traz em suas sombras.
Lascívia, pudor, obsceno. Tudo se misturava e formava um antro de perdição e de prazer.
O medo dominava a princípio, minha cabeça girava. Em momentos antes desse encontro saciei minha vontade alucinógena, estava em outro mundo.
As luzes daquela boate fundiam-se e se encontravam só em mim.
Sentia meu sangue borbulhar ao som daquela batida frenética.
Ela se aproxima. “Oi Tattu”? “Oi Alice”, disse eu apavorado. Olhava profundamente em seus olhos e via as mais profundas sensações. Era clara a vontade louca que tinha de lhe beijar a boca, mas não o podia. Há pouco tempo naquele mesmo local me envolvi com uma linda plebéia, meus pensamento ainda eram fixos nela.
No entanto, Alice não me permitia isso. Também me olhava profundo, dançava ao meu redor como uma stripper, encostava suas partes nas minhas, me sentia um tanto estático vendo aqueles movimentos me seduzirem, estava hipnotizado.
Segurava delicadamente seu lado, não queria ser ríspido.
Por inúmeras vezes em suas voltas, Alice e seus lábios clamavam pelo encontro com os meus, mas estava segurando, algo me dizia que não era ainda o momento.
Enquanto aquelas luzes nos cortavam, girávamos num rodopio fissurado, e girávamos e girávamos.
Alice era uma mulher obscura, seu brilho se ofuscava com a sombra do seu passado. Era tenebroso, mas ao mesmo tempo era relaxante, prazeroso viajante.
Por um momento achava que tudo aquilo estava somente na minha cabeça, resultado de momentos nostálgicos e relaxantes, mas não.
Ao me sentar, ela se joga em mim. O impulso e o desejo foram tão grande que quase somos segurados pelo chão. O choque do beijo mostrou a todos que assistiam demasiadamente a cena o tamanho do prazer que nós dois sentiamos...
Aquilo então se mistura na minha cabeça. Aquele beijo mordaz e excitante me fazia lembrar uma pessoa. Uma pessoa que tinha o mesmo olhar, o mesmo sorriso, o mesmo beijo...


yuri rabelo

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